segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hoje não é dia de piadas. Amanhã.


No dia em que me pedes palavras alegres, não consigo deixar de escrever as tristes. Não só porque ache que soam tremendamente melhor, mas também porque são as únicas que conheço, hoje. Quando as letras teimam em juntar-se de tal forma que o som das palavras que formam não é mais do que um pedaço de solidão, então não faz qualquer sentido contrariá-las. 
Sabes, o amanhã terá que ser, sem dúvida, um dia melhor que o ontem. Só porque o hoje não conta, porque é construído apenas em laivos de recordações do ontem e em construções piramidais, tremendamente complexas, cuja base são as memórias de amanhã. Memórias dos sonhos de amanhã. Memórias dos sonhos de amanhã que só serão amanhã. O hoje não é nada, não existe. Hoje sonho que o amanhã me traz aquilo que hoje não consigo ser e que ontem fui. Amanhã. Amanhã escrevo-te umas piadas. Se tudo correr bem.

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