segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Asilo Arkham


"Foi-me mostrado o caminho. Devo segui-lo até ao fim. Como Parsifal, devo CONFRONTAR o irracional que me ameaça. Devo penetrar sozinho na TORRE NEGRA. Sem sequer olhar para trás. E enfrentar o DRAGÃO que há lá dentro. Só tenho um medo. E se não for suficientemente forte para o derrotar? E então? A droga toma conta de mim. Sinto-me pequeno e amedrontado. Talvez me tenha enganado. Algures, não muito longe, o dragão lança o seu terrível peso pelos corredores do asilo. Sou erguido numa onde de perfeito TERROR. E o mundo explode. Não há nada em que me possa apoiar. Nenhuma âncora. Vencido pelo pânico, fujo. Corro às cegas pelo manicómio. E não posso sequer REZAR. Pois não tenho DEUS..." "... Estou a cair. Mamã, que árvore é esta? Que FERIDAS são essas? Sou Attis no pinheiro? Cristo no cedro. Odin no freixo do mundo. Pendurado da árvore, ferido por uma lança, balançando ao vento nove noites seguidas. Oferecido a Odin. De mim para mim. Preciso ver o meu REFLEXO para provar que ainda existo. Lá fora ouço o dragão que se aproxima cada vez mais. Desesperado, arranco o adesivo do espelho, tira por tira, quebrando as unhas. Até me revelar no vidro. E encontrar uns olhos familiares. MAMÃ! Devo ter DESMAIADO, pois já é manhã quando reabro os olhos. Incapaz de dizer onde é que o dragão TERMINA. E eu COMEÇO. No entanto, não sou eu o HERÓI, o Senhor do Destino? Não defrontei o Grande Dragão? Onde está então o meu graal? O meu quinhão do tesouro? A minha recompensa?"
Asilo Arkham

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