- Olha, I., como é que eu me chamo?
- Prima A.
(E eis de que de repente todas as minhas questões existenciais se vêem respondidas, eis que a multiplicidade de identidades e papéis sociais que julgava desempenhar se vê resumida ao essencial: estou aqui para ser prima dela. É óbvio.)
- E tu, como é que te chamas?
- Bebé.
(Pois claro, se são os outros que nos dão existência, se eu própria estou aqui para ser prima dela, ela é aquilo que os outros lhe chamam: bebé.)
- Pois é, tu és o meu bebé.
- Não não, eu sou o meu bebé!
- Então, mas também és um bocadinho minha, não é?
- Não, eu sou só minha!
(Esta era escusada. Podia ter-me livrado de tão óbvia constatação. É claro que ela não é minha, ela é só dela. Crianças de 20, 30, 40 anos, têm ainda tanto por aprender...)
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1 comentário:
Como é que é possível desaprendermos tanto ao longo da vida?
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