Gostava que aqui estivesses, só para te mandar embora. Esse poder fascina-me. O de não te querer junto a mim. Se mil espaços houvesse e nesses mil espaços eu estivesse, gostava que estivesses presente em, pelo menos, novecentos e noventa e nove deles. Um fica só para mim. Para estar sossegada, a pensar em ti e em como te mandaria embora, se pudesse.
Digo a mim própria que não te quero comigo. Não me quero contigo nem acho que seja possível estarmos juntos, nem no mesmo espaço, nem no mesmo tempo, muito menos na mesma vida. Simplesmente porque não dá. Se é difícil perceber porquê? Não, não é difícil. Às vezes conhecemos pessoas que nos fazem sentir bem durante um tempo. E depois deixam de nos fazer sentir bem. Só isso. Mas queremos que continuem connosco, nos vários espaços que ocupamos, nos vários tempos que vivemos. Porque esses espaços sem essas pessoas ficam só connosco e esses tempos ficam para pensar e questionar tudo o que nos rodeia. E às vezes não estamos bem só connosco. E às vezes não é bom termos tempo para pensar.
Dito isto, é difícil perceber porque é que (às vezes) gostava que aqui estivesses. Mas fazes-me falta.
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