O tempo passa com a dolência de outros dias. O coração bate seguindo cadências de outros tempos, sem pressa, sem pausa, ao ritmo certo. Os dias passam e tudo parece seguir o caminho traçado, por alguém que não eu. Nem sempre quem traça o caminho é o seu dono, mas sim quem o percorre. O caminho agora é meu.
O rosto que me olha no espelho já me sorri e, aqueles que se cruzam com ele na rua, respondem-lhe da mesma maneira, como se a alegria de um só pudesse significar a felicidade de tantos. Atiram-se bocados de solidão ao lixo, porque já não há sítio para os guardar. Está tudo ocupado com outras coisas. Quem sabe arrumar as gavetas da alma hoje, saberá onde encontrar o que nela procura amanhã. E assim faço.
Hoje a curva normal sorri-me. E amanhã também.